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Desafio de Leitura para 2024

(Para a segunda metade do ano, vá) Após pedido de algumas, poucas e boas, famílias, decidi fazer um desafio literário para a segunda metade de 2024 (e Maio), um pouco como o Ler os Clássicos (que fiz em 2020 e em 2021 ), em que cada pessoa escolhe o livro que vai ler mediante um tema pouco restritivo. A novidade principal (além de não ser Janeiro-Dezembro): desta feita, não estamos limitados aos clássicos. A ideia aqui é ler o que se tem na estante. Os livros são de qualquer género: ficção, não-ficção, contos, novelas gráficas, poesia, infanto-juvenis, não interessa! Assim, os temas são: Maio - livro que está há mais tempo por ler. Esta é fácil, e embora seja uma categoria "restrita", porque só um livro pode ser o que aguarda há mais tempo, será um livro diferente para todos nós. Teremos todos vergonha de admitir há quanto tempo esse livro aguarda. E se calhar nem temos a certeza qual é ao certo o livro que foi tanto tempo preterido - aceitam-se estimativas. Junho - livro
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2024 | Março

Março foi um mês atípico em várias frentes. Comprados & Recebidos Da La Kube, a escolha do mês foi Le Soldat Desacordée , de Gilles Marchand, um livro que versa sobre o período entre-guerras (um período histórico do qual gosto muito). Já recebi um ano de La Kubes, pelo que devo fazer um post  sobre a experiêencia em breve. Comprei, como auto-prendas de aniversário antecipadas, Anya's Ghost , de Vera Brosgol, e Roaming , das Tamaki. O meu respectivo foi a Paris e a Madrid sem mim, e trouxe-me Fugitive Parce que Reine , de Violaine Huisman, Le Lac des Cygnes , de Pierre Coran, um catálogo belíssimo dos trabalhos de Gabrielle Vincent ( Ernest et Célestine ) e La hija única , de Guadalupe Nettel, autora que adorei descobrir no ano passado. Da Bertrand, veio Os Moedeiros Falsos , de André Gide (autor que só tinha no original francês) e, do próprio autor, Alex Couto,  Sinais de Fumo . Lidos Mês particularmente atípico aqui. Li, num fim de semana,  To Dance , de Siena Cherson Siegel e

O Natal da Família Gato

O segundo livro de Natal do qual queria falar (fora de época, claro está), desta vez um verdadeiro livro do advento. Escrito por Lucy Brownridge e ilustrado por Eunyoung Seo, O Natal da Família Gato é o primeiro de dois livros a relatar aventura da Família Gato (o segundo ainda não existe por cá e é o Cat Family at the Museum, título que tem imenso potencial). Este relata os preparativos da Família Gato - Pai Gato, Mãe Gata e os seus quatro gatinhos (Luca, Janico, Pinti e Arturo), doze dias antes do Natal, em variadas actividades natalícias a partir do momento em que as férias começam: decorar, cozinhar, preparar cartas para o Pai Natal, ir buscar os Avós Gato ao comboio, cantar cânticos pela vila... há muita coisa ainda por preparar até ao Natal. O livro é cartonado e tem doze páginas duplas (24 páginas no total), todas elas com abas que se podem abrir para descobrir o conteúdo de caixas, bolsas e gavetas, pequenos segredos, tesouros, e até a história de uma família paralela. Não cont

Bisa Bia, Bisa Bel

O livro que mais me intrigava da Colecção Pererê da Tinta-da-China (só tenho os primeiros cinco volumes, a primeira colecção) era Bisa Bia, Bisa Bel , de Ana Maria Machado, por estar listado nos 1001 Children's Books You Must Read Before You Grow Up. Este livro, de leitura muito simples (li-o numa tarde) começa com Isabel, uma rapariga pré-adolescente que, enquanto a mãe faz limpezas na casa, descobre numa caixa um retrato da sua bisavó, Bia, que nunca chegara a conhecer. Este retrato exerce sobre Bel um fascínio quase infantil, e ela pede à mãe que lhe empreste o retrato, talvez para que possa conhecer melhor este membro da família que nunca antes tinha visto. A verdade é que, mais que um retrato, nesta jornada de descoberta, "Bisa Bia" começa a acompanhar Bel, a ser quase parte dela, enquanto Bel vai aprendendo mais da sua família, das gerações passadas, de costumes de outros tempos. O passar das décadas tem o seu peso, e Bel acha que algumas das ideias da bisavó não sã

Algures na Neve

O primeiro de dois livros natalícios dos quais vou falar bem fora de tempo. A editora tem na sinopse deste livro que Linde Faas tem dezenas de formas de desenhar a neve e, a avaliar por Algures na Neve , será verdade. Logo as páginas que colam com a capa (está a faltar-me o nome técnico, mas sabem ao que me refiro) são belíssimas. Não sei como consegue, mas os vários tons de azul e branco são encantadores sempre, nunca monótonos. Sofia está muitas vezes sozinha, porque o pai está sempre ocupado com "coisas que ela não entende". Isto é difícil no ano todo, é claro, mas talvez custe mais no Natal, quando a pequena Sofia vê que todos os outros estão acompanhados, acarinhados, aconchegados, todas as casas decoradas, excepto a dela, e ela continua sozinha. Por este motivo, como que num sonho, Sofia sai de casa e enfrenta a neve, a intempérie, e parte pela cidade até chegar à floresta, onde, o tempo menos agreste, encontra um alce. Além do alce, surgem outros animais, que ajudam So

O Homem de Ferro + A Mulher de Ferro

Nunca tinha lido Ted Hughes, e comecei por aquele que é possivelmente o registo mais improvável (mas tenho Birthday Letters à espera na estante). O Homem de Ferro  data de 1968 e A Mulher de Ferro  de 1993; será importante referir desde já que 25 anos separam o primeiro livro da sua sequela. Estas edições têm as ilustrações de Andrew Davidson, que não são as originais mas as que surgiram na reedição de 1985 de O Homem de Ferro  e que foram nesse ano premiadas com o Kurt Maschler, prémio que, entre 1982 e 1999, premiou livros para crianças onde ilustrações e texto estivessem em perfeita simbiose. Acrescento também que nunca vi The Iron Giant , de Brad Bird, mas consta que é um filme muito bom e muito diferente do material que o inspira. O primeiro capítulo de O Homem de Ferro  foi tanto assustador quanto triste. Talvez seja uma metáfora da vida do autor, a forma como o Homem de Ferro caiu de uma ravina, se desfez em pedaços, mas se conseguiu voltar a reconstruir - para ser visto como um